sábado, 31 de março de 2012

Dicas da semana

Mais uma sexta,  mais um fim de semana que se aproxima. Vim deixar pra vocês o que vi de mais legal durante a semana:

Exposição: São Paulo, Mon Amour - Em cartaz no MuBE Z. Oeste - Gratuita.
Arquitetura: Box Collection
Concurso Cultural: Homofobia fora de moda - PARTICIPE!

ffw_MAG! Coleções Inverno 2012 que homenageia a papisa da moda Costanza Pascolato 
Romeu e Julieta  por Stan Lee via Colherada
Estréia Heleno, o príncipe maldito. Com Rodrigo Santoro. 
Festival de cinema: É tudo Verdade
Festivais e Shows até Junho, programe-se.
O tempo passa e as pessoas melhoram ou pioram!
A obra de Pedro Caetano : http://bit.ly/xm3C19 
As ilustrações de Júlia Nogueira: Meus, eu
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quinta-feira, 22 de março de 2012

O escritor Maldito...

E não me perguntem - ou a ele - o porquê de 'Maldito'. Ele é rabugento, 'mau humorado e bem capaz de te dar uma resposta sarcástica e atravessada. Mas quem conhece Fabio Mourão, sabe que por trás dessa rabugice toda, habita um bom moço.



Você está desafiado a conhecer um pouco mais do Maldito nesta entrevista, divirta-se!


1-      Você foi praticamente alfabetizado em casa, isso te deu vantagem sobre as crianças da escola em relação à leitura e interpretação de texto. Você atribui a isso o gosto por literatura?

 Foi mais ou menos assim, minha ‘coroa’ havia sido professora antes de passar em um concurso para uma grande estatal da época. E como era mãe solteira, ela usava os finais de semana para praticar a arte de lecionar comigo. Ela montava uma espécie de ‘escolinha’ na sala com quadro negro e até hora para o recreio, conclusão, aos quatro anos eu já lia tudo. Quando entrei na alfabetização, eles não tinham mais nada pra me ensinar e as professoras sugeriram que me passasse direto para o próximo ano já que eu não conseguia me relacionar direito com meus amiguinhos que ainda descobriam o ‘Aaaaaa’ de abelha enquanto eu já sabia escrever até palavrão. Eu devia me sentir rodeado por retardados,.. Na verdade, essa sensação persiste até hoje.
Sobre o gosto da leitura não sei dizer como surgiu, mas na mesma época minha mãe se viu forçada a assinar os quadrinhos da ‘Turma da Monica’ para mim. Recebíamos uma dúzia de gibis por mês. Eu lia, relia as revistas e depois revendia para meus amigos por metade do preço da banca de jornal!

2-      Você se lembra do primeiro livro que leu, ou um livro que te marcou. Comente.

 Lembro claramente do meu primeiro livro e principalmente do problema que ele me causou. Minha mãe me presenteou com ‘Marcelino Pão e Vinho’, a história de um órfão que é adotado por freis, esse também foi o primeiro filme que ela havia visto no cinema quando criança. Enfim,.. Eu tinha uns sete anos e comecei a devorar o livro no intervalo do recreio do colégio. Me isolava em um canto do pátio e ficava lá lendo meu livrinho sossegado comendo meu pão com mortadela e sorvendo meu químico suquinho Tang quando uma vez fui abordado por três outros alunos que de cara feira entoaram:
-Aí, tu tá muito metido com esse seu livro. Se você continuar com isso nós vamos rasgar você e encher o livro de porrada.
...ou foi o contrário, não lembro bem. Mas desde então eu passei a ler apenas em casa, na maioria das vezes trancado no banheiro.
O livro que me marcou,.. Eu sempre tive medo que me fizessem essa pergunta, justamente porque sei que eu jamais saberia responde-la. Mas digo que um livro que me marcará, será o primeiro que eu lançar.

3-      Escrever foi uma consequência da leitura?

 Escrever foi a única coisa que já me rendeu um elogio sincero. Mas acho que uma coisa independe de outra, conheço bons leitores que não conseguem escrever nem lista de compras sequer.
Para escrever, você precisa ter algo a dizer.

4-      Quais os autores moldaram seu estilo?

 Não sei bem se eu tenho um estilo moldado. Tento sempre fazer algo diferente, diferente de tudo, até mesmo daqueles que me ‘influenciaram’ por assim dizer. Alguns dos meus textos até podem ser associados a alguns escritores subversivos como o velho Bukowski, Burroughs e até Veríssimo. Adoro esses caras, mas a época deles foi outra. Eles viveram e escreveram sobre um estilo de vida mais simples, onde o coração de uma mulher e uma dúzia de cervejas bastavam para compor uma boa história. Hoje em dia convivemos com a internet, smartphones, uma vida hightech,.. essa é a nossa época. Com tantos novos ‘aplicativos’ acaba se exigindo mais do autor na hora de compor um bom texto que prenda a atenção dos leitores de hoje.

5-      Fale da série interativa que você mantém no Dito Pelo Maldito, onde os leitores podem escolher o final.

 Bom, como eu já disse, eu tento fazer as coisas mais diferentes possíveis. Na verdade a serie já acabou e essa primeira temporada funcionou mais como teste para sentir a reação do publico. Mas já planejo uma segunda temporada pra estrear em breve.

6-      Você diversificou bastante seu estilo nos últimos 2 anos, podemos torcer por uma publicação em breve?

 Talvez possam esperar até duas. Só agora me sinto preparado pra encarar esse projeto que já está em andamento e até o meio deste ano teremos um estilo de livro original e totalmente inédito.

7-      O que você está lendo hoje, recomende-nos algo.

 Como nossas editoras parceiras estão sempre nos enviando livros para serem resenhados no blog, nem sempre eu consigo tempo para ler um livro de interesse pessoal. Mas independente disso, todos os livros que leio são resenhados para o blog na sessão ‘Livros mal lidos’.
Sugestão de leitura? Parem tudo. Não leiam nada até meu livro sair, preciso de vossas mentes vazias para que nesse solo infértil eu possa plantar minha semente de mandacaru maldito!


Não conhecia ainda o universo maldito? Acesse: Dito Pelo Maldito@ditopelomaldito 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Albert Nobbs e o estilo 'boyish'

Se você assistiu ao filme Albert Nobbss, ou ao menos escutou um 'buzz' pela atuação da Glenn Close no papel principal. Deve ter percebido a invasão das peças masculinas no vestuário feminino nas coleções Outono/ Inverno 2012. É o chamado 'estilo boyish' que com o filme voltou com tudo.( Um belo filme, fotografia, trilha, história boa. Vale o ingresso. Se ainda não viu, veja!)

 


Mas Vanessa, que diabos é 'estilo boyish'? - Nada mais é que acrescentar peças masculinas no look. Coletes, chapéus, sapatos, gravatas, suspensórios, e por aí vai... Claro que é necessário ser uma 'Albert Nobbs' um ou outro elemento já dão uma masculinizada no look sem perder a feminilidade. Agora é só tentar, sem medo invada o closet do boy, do irmão, do pai e até do avó, tá na dúvida do que usar? - Siga as dicas:

Chapéu: se escolher um modelo grande, adote um look skinny e vice-versa. 
Colete: justo com uma saia ampla ou largo com calça skinny.
Calça masculina: com camisa branca, pulôver justinho e sapato Oxford ou escarpim.
Suspensórios e gravata: com calça masculina ou short, camisa branca ou camiseta.
Jaqueta perfecto: vai bem com qualquer calça e sapato (menos tênis).
Sapatos masculinos: loafer ou Oxford com meia três quartos, short ou saia.
Cardigã: aberto, com botões e decote V, com jeans justinho e mocassim.
E claro, não esqueça os topetes!


A revista Estilo de vida, apostou tanto que criou um teste ilustrado pra ajudar, divirta-se e prepare-se para o inverno.












sexta-feira, 16 de março de 2012

Um cafezinho, por favor!

Conhecer e apreciar café é uma arte, os Baristas são profissionais especializados em café de alta qualidade. Eles estudam e experimentam com o desejo de fazer a 'combinação perfeita'. Enquanto não chegamos lá conheça alguns tipos de xícaras de café:


Imagem:  DoceDeni

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Mondrian

“A arte é apenas um substituto enquanto a beleza da vida for deficiente. Desaparecerá proporcionalmente, à medida que a vida adquirir equilíbrio.”                         Piet Mondrian*
Propositalmente ou  absurdamente inocente, Mondrian criou um conceito eterno de arte. Poque o germe da inquietude do conceito de beleza não consegue parar, não se satisfaz, está sempre em busca de algo, alguém, mesmo que seja um cor, alguns tons...

*Mondrian 


Pieter Cornelis Mondrian nasceu em 7 de Março de 1872. Foi o segundo filho do professor Pieter Cornelis Mondrian e de sua mulher Johanna Christina Mondrian. Mondrian tinha quatro irmãos: Johanna Christina (Nascida em 1870), Willem-Frederik (nascido em 1874), Louis Cornelis (nascido em 1877) e Carel (nascida em 1880).
Em 1892, Mondrian iniciou os estudos de pintura na academia de Belas-Artes de Amesterdã e tornou-se membro da Igreja reformada. Até 1895 viveu na casa do editor e político protestante Johan Adam Wormser.

Candidatou-se ao concurse o “Prix de Rome”, em 1901, porém saldou-se por um insucesso.

De 1904 a 1905, Mondrian saiu do compo para instalar-se em Uden no Brabante, para pintar. Recebeu o Prêmio “Willink-van-Collen e passou o inverno com o pintor Hulshoff-Pol numa quinta em Oele, durante 1906.
Em Janeiro de 1909, expôs com seus colegas Cornelis Spoor e Jan Sluyters, no “Stedelijk Museum” em Amesterdã. Filiou-se na Sociedade Teosófica. Sua mãe morreu neste mesmo ano.

Mondrian participou, em 1911, na primeira exposição organizada pela Moderna Kunstkring, que apresentou igualmente trabalhos de Picasso e Braque. No fim de Dezembro foi para Paris e, a partir de então, muda seu nome para Piet Mondrian, com um só “A”.

Regressou, em 1914, à Holanda e instalou-se em Larem, 1916, onde viviam vários artistas. O historiador de arte H.P. Bremmer, conselheiro da Colecionadora Mme. Kröller-Müller, concedeu-lhe um salário anual.
Logo no ano seguinte, participou na revista “De Stijl”, que passou a ser publicada mensalmente a partir de Outubro por Theo van Doesburg.
Regressou a Paris em Julho de 1919. Bremmer deixou de o ajudar financeiramente a partir de então. No começo do ano de 1920, Mondrian planejou deixar de pintar. Foi publicado em Paris o seu livro sobre a teoria da arte “Le Neo-Plasticisme” (O Neoplasticismo).

Em 1921, o pai de Mondrian morreu. Em 1925, a Bauhaus publicou no seu caderno nº 5 o ensaio sobre o neoplasticismo sob o título “Neue Gestalung” (A Criação Nova). Escreveu artigos sobre a nova arquitetura e a cidade, que aparecem na revista “i 10”, editada pelo anarquista Arthur Muller-Lenning em 1927. Participou em exposições dos grupos “Cercle et Carré” e “Abstraction – Création”.

Colecionadores internacionais, entre eles os americanos Katherine S. Dreier e A.E. Gallatin, que compraram vários quadros de Mondrian. O seu livro “The New Art – The New Life” não foi publicado.
Recebeu uma encomenda de uma tela para a Câmara da cidade de Hilversum, em 1930. Dois anos depois tem, no lugar do seu 60º aniversário, uma exposição retrospectiva no “Stedelijk Museum” em Amesterdã. Encomendaram-lhe uma tela destinada ao Gemeentemuseum de Haia.Em Setembro de 1938, mudou-se para Londres, onde passou a viver na casa dos artistas Ben Nicholson e Barbara Hepworth em Hampstead.

Embarcou em Setembro de 1940 para Nova Iorque. Aderiu-se à associação dos Artistas Americanos Abstratos e participou em várias exposições. Instituiu como herdeiro universal Harry Haltzmann.
Foi publicado o texto autobiográfico “Toward the True Vision of reality” (Para Uma Verdadeira Percepção da Realidade). em 1941.

Em 1 de Fevereiro de 1944, Piet Mondrian morreu de uma pneumonia. A sua ultima obra, “Victory Boogie-Woogie”, foi deixada incompleta.
Trabalhos mais conceituados:

- Árvores a luz da Lua - 1908

















- A àrvore vermelha - 1908


















- Paisagem - 1909



















- A Igreja de Domburg - 1910






















- O Moinho Vermelho - 1910























- Evolução - 1911


















- A árvore cinzenta - 1912



















- Macieira em flor - 1912


















- Composição (árvore) - 1913





















- Composição com cores B - 1917


Parte da obra, não achei ela completa em bom estado.
























- Tabuleiro com cores claras - 1919




















- Composição com vermelho, amarelo e azul, ano de 1921




















- Composição com amarelo - 1930





















- Broadway Boogie-Woogie - 1942






terça-feira, 13 de março de 2012

Heleno, o filme.

O cinema brasileiro tem se mostrado bastante valoroso no que diz respeito a cultura de resgate: Garrincha, 400 contra um, Olga, Zuzu Angel, 5x favela... Entre tantos outros.
O cinema nacional, cresceu, amadureceu, se consolidou e mostrou à que veio, mesmo em meio às caras retorcidas tem sido firme em seu propósito: mostrar que com certas limitações podemos e fazemos bons filmes.
Taí mais um exemplar da máquina cinematográfica que somos quando nos propomos a isso: Heleno. 
História do ídolo Botafoguense dos anos 30, oriundo de família rica que decidiu ser jogador de futebol. Boêmio, elegante, ótimo cabeceador. Um jogador raçudo, apaixonado pelo seu time e assombrado por uma vida pessoal turbulenta. Uma ótima trama, que poderia facilmente ser adaptada aos dias de hoje, mas manteve-se fiel,nos mostrando como foi o nosso primeiro jogador estrela, midiático e como foi seu fim.
Segue o trailer pra dar um gostinho.  Não perca! 



 

crônicas de botequim #1 a vida

Para ler escutando...

 


Estranho como algumas coisas acontecem. Vejo a cada dia e em pequenas coisas a amizade que eu já julgava há tempos esquecida. Vamos lá, colocar algumas coisas no lugar.
Ontem um domingo a tarde como outro qualquer fui ao bar com um amigo, só uma coisa estava diferente das últimas vezes, estávamos os dois solteiros. Eu de um relacionamento de 6 meses e ele de um de quase 6 anos.
Uma boa conversa de irmãos mesmo. Vimos a importância de pessoas e atitudes que antes passavam despercebidas.
Como cada amigo que temos e que realmente se preocupa e não só liga para sair, ele sim liga um dia a tarde pra saber como você está, simples assim e sem motivo.
São pessoas que não importa o tempo que ficaram “distantes” elas estavam o tempo todo torcendo e por você e ali pra te levantar se algo ruim viesse a acontecer.
Todo papo de bar tem o seu momento nostalgia. É estranho mas depois de ontem me sinto mais leve e forte, pois sei que os verdadeiros amigos estão ali.
Desculpem aqueles que se preocuparam comigo. Por tudo que tem acontecido e minha cabeça dura em não perceber que vocês só estão assustados, assim como eu estou.
Me sinto privilegiado em ter pessoas tão especiais e que tenho o maior orgulho de chamar simplesmente de amigos
.

        autor anônimo

quinta-feira, 8 de março de 2012

A mulher e as artes

Nem sempre a mulher foi sinônimo de fragilidade, no período pré-histórico, enquanto os homens saiam à caça, as mulheres ficavam nas cavernas cuidando umas das outras e das crianças. Com a evolução e a estabilidade do homem nas suas 'casas' as tarefas delas só aumentavam: casa + crianças + lavoura.  O tempo foi passando, o homem se civilizando e a necessidade de proteger suas mulheres e crianças também: os pais começam a criar suas filhas como pequenos bibelôs e não querer pra elas maridos que desejem e possam suprí-las com menos do que isso.
Jóias, artes, escravos, festas, vestidos, licores, cigarros... deram origem à nossa fama de supérfluas, exploradoras, usurpadoras, MUSAS.

Musa, figura feminina. Fonte de inspiração nas artes ou ciência. Na grécia tem outro sentido: Musas Gregas.

Nas pinturas rupestres não dá muito pra se perceber como eram as mulheres, eram tão 'quadradas' e 'chapadas' quantos o homens e os animais. Os egípicios, gregos e romanos deram uma nova percepção, trouxeram cores às artes e perspectivas, e cada movimento, evolução, vanguarda, por mais masculina que fosse sempre teve não um dedo, mas as mãos inteiras das mulheres. A Mulher, não é ser um ser humano, a mulher é combinação disso mais força da natureza. Cria, ama, acolhe, cuida, mas também defende e sabe machucar, mesmo sendo facilmente machucada.
Essa abordagem mais lúdica,  não esconde nossas perdas e lutas ao longo do tempo e todos os acontecimentos que culminaram com esse dia. Apesar de não concordar muito com ele porque mulher tem que ser homenageada e respeitada todos os dias. Segue algumas inspirações, sem ordem cronológica:


As musas gregas

Radical Chic

Tarsila do Amaral

Arte Karaja, exclusiva das mulheres


Marilyn

Clarice Lispector

Coco Chanel 
 
Mulheres em protesto - Di Cavlcanti

Mulheres Grafiteiras de Pernambuco


Mulher e sua Pin up


Nina Pandolfo - pintura

Pagu

Francois  Gilot por Picasso

mulher mulçumana 

Frida Kahlo

Virgem de Guadalupe 

Brigite Bardot

Amy Winehouse

Pucca

sexta-feira, 2 de março de 2012

Júlia Nogueira, uma mutação constante.

Olá, antes de mais nada quero agradecer pelos acessos e visitas, tem mais um pouquinho de botequim no Facebook, vai lá é só dar like na Fanpage.

Eu lutei comigo mesma pra tirar a visão que eu tenho de Júlia Nogueira: ' a menina maluquinha', 'a irmã mais nova de uma das minhas melhores amigas', ela continua sendo tudo isso, mas ela não é mais uma menininha, é uma mistura louca de Pequeno Príncipe, Chapeleiro Maluco e Amelie Poulain. rsrsrrs Só isso, Vanessa? - Não.     Ela poderia facilmente ser encontrada em qualquer editorial de moda das grandes revistas fashionistas do mundo...

Making off de Libertaire

É mais uma Alagoana que nasceu no berço da arquitetura que criou assas, voou e fez seu ninho no Design.
Júlia tem é dona de uma habilidade bastante peculiar: capturar sentimentos e transformá-los em arte. E outra ainda mais particular: Júlia consegue estar em cada detalhe do seu trabalho, eu vejo seu rosto, seus olhos, suas mãos, sua essência nos pássaros, flores, elefantes e arabescos, características marcantes da artista.

Segue a entrevista na íntegra e alguns trabalhos da bela:

1. Eu testemunhei a inquietude que te fez migrar da arquitetura para o Design, quando você sentiu ter 'feito a coisa certa'?
Assim que eu entrei no curso, nas primeiras aulas eu já pude notar a diferença, o direcionamento que os professores faziam dos assuntos, a forma como eles abordavam e principalmente a liberdade de criação que eu tive, eu percebi o quanto eu me identificava com tudo aquilo, e nem pensei ou sequer senti saudades de arquitetura, eu me sentia muito podada em tudo que eu fazia no antigo curso, em design não, os professores tinham/tem a cabeça muito mais livre aberta as idéias dos alunos, eu me senti motivada e muito mais encaixada, foi realmente onde eu me encontrei. 
Vincent Van Goh, o pássaro

2. Sua arte é singular, particular e única, de uma delicadeza extrema. Você utiliza um simbolismo bebido claramente das figuras orientais (zen, budistas, um toque de elementos indianos, hindus), foi intencional ou quando você percebeu estava imersa neles e eles em você?
Foi intencional, sempre senti uma atração muito forte por esses elementos, e quando comecei a estudar semiótica tudo se desanuviou, eu comecei a entender realmente o que eles transcendiam, na verdade comecei a entender o que eu já sentia, e aí eles foram ficando cada vez mais fortes dentro de mim e eu neles. 
Rascunho

3.Como você enxerga seu papel, tão jovem, no hall dos artistas alagoanos mais bem conceituados? A que/quem você atribui?
Tem sido uma novidade surpreendente pra mim, pois sempre admirei o trabalho de todos eles e nunca tive pretensão alguma de chegar a ser reconhecida, meu trabalho é muito pessoal, introspectivo e nada comercial, talvez por isso eu nunca tenha imaginado esse reconhecimento de hoje. Atribuo primeiramente aos amigos e em especial a Francisco Oiticica, meu curador da primeira exposição, a Libertaire, que foi de onde tudo realmente tomou forma e corpo, depois a mim mesma, e talvez aos conflitos e barreiras que sempre enfrentei dentro do âmbito familiar, bloqueios que eu tinha, a repressão que sempre sofri por seguir uma linha não tão convencional, dificuldade em me expressar verbalmente, tudo isso junto causava um turbilhão de coisas a serem libertadas, nesse momento descobri a arte como forma de libertação..e aí nasceu a LIBERTAIRE, exposição totalmente voltada aos meu sentimentos infantis, eu decidi voltar as minhas essências, ao lado mais puro e vívido de mim e comecei a transpor isso em cores e formas.
Tela'Amor

4.Como é seu processo de reabastecimento entre uma série e outra?
Eu observo tudo a minha volta, sempre tô criando coisas na minha mente, sou muito hiperativa, e detalhista no meu observar, gosto de minúcias, onde aparentemente não tem nada eu enxergo um mundo de possibilidades, além de adorar ler, ler me faz refletir, faz a mente respirar melhor, busco referenciais também, pela internet mesmo, tenho descoberto o trabalho de artistas incríveis, e um pouco daqui e dali saio colhendo remendos de tudo que admiro depois junto tudo, enxugo e me concentro em mim, daí as coisas vão fluindo, são várias etapas. 
Entardecer

5. Quais seus planos de 'dominar o mundo' rsrsrsrrs?
kkkkkkkkkk! Pretendo estender minha arte, o mundo que ela vai habitar eu ainda não sei... de repente o que ela escolher, mas meus anseios hoje se resumem a evoluir, transcender cada vez mais, quero trabalhar com várias vertentes artísticas, e entrelaçar isso ao design, de móveis, estamparias, objetos, luminárias e espelhos também são uma paixão, quero poder criar um ambiente inteiro só com peças e telas minhas, adoro intervenções grandiosas em meios públicos, interagir com o meio urbano trazendo o espectador pra dentro da coisa sabe, esse eh o mundo que eu quero dominar.

6. Não sei o quanto online você é, por isso vai o questionamento, você utiliza de alguma rede social para divulgar suas obras? Se sim, quais.
Sou muito online, (: Preciso disso, é informação as pencas de tudo e por todos os lados, o que há de mais novo sempre é lançado pela internet, hoje me utilizo do facebook mesmo, ja fiz blog, fotolog, e flickr mas nunca tenho paciência pra ficar atualizando essas coisas, o mais prático, fácil e rápido, e que hoje me traz uma vitrine maior tem sido o facebook.









Júlia Nogueira é Alagoana, residente em Maceió.
Você pode encontrar mais trabalhos dela aqui:

- Meus, eu.

- The Little Prince.