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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Uma menina gigante

Ela tem o rosto doce e forte, como o de Alice, Sorriso encantador... Escreve, escreve, escreve... e como é gostoso ler o que ela escreve, estou falando da Deborah Pimenta, a @Deka_Pimenta, autora do livro 'A pedra no sapato e do blog Pedra do Sapato. E tantas colunas e textos nos blogs amigos nesse mundão de internet.




1. Você parece aquelas meninas super bem educadas , ‘feitas’ para ser e fazer tudo sem
nunca perder a graça, a classe. A menina que vai às aulas de piano, francês e literatura
inglesa. Como foi sua relação com a literatura desde criança?

Meus pais vão gostar bastante de saber disso hahahaha. Eu fui muito bem educada, sim. Porém, embora rígida, minha educação foi pouco intelectualizada. Cresci em uma casa sem televisão e meu pai não assinava jornais ou revistas. Acho que meu interesse por livros surgiu mais por sempre ver minha mãe com algum nas mãos. A curiosidade e vontade de ser igual a ela me incentivaram a pegar as primeiras leituras. Lembro que minha mãe sempre pegava livros infantis na biblioteca da escola, para mim, também. Eu era grande fã da série Vagalume e me gabava de ter lido todos os que ficavam na contracapa dos livros mais antigos.

2. E quando descobriu que gostava de escrever?

Descobri quando estava na quarta série. Minhas redações sempre eram as mais longas e detalhadas. Os professores davam limite mínimo de linhas para a classe e limite máximo para mim. Sentia um certo desânimo na professora, quando ela pegava o meu caderno pra corrigir. Eu esperava ansiosamente pelos exercícios de escrita, dos livros didáticos, e lia todos os livros paradidáticos do currículo, na primeira semana de aula. Pensando bem, agora entendo porquê me chamavam de CDF...

3. Eu leio seu blog ( http://pedradosapato.wordpress.com/ ) e viajo em alguns textos, de
modo especial nos contos. Quando você percebeu sua escrita como entretenimento? E
daí à idéia de um livro, como chegou?

Foi só depois da faculdade que eu percebi a escrita como minha vocação. Eu já tinha notado que eu possuía maior facilidade com a redação do que meus colegas, mas nunca tinha me dado conta do quanto isso me realizava. Foi aí que eu comecei o blog. Inicialmente, para ter um link para passar quando alguém me perguntasse o que eu escrevia. Mas depois, percebi que os contos me faziam bem. Eu tinha planos de publicar um livro, mas naquele futuro que a gente só fala dele. Foi quando a editora Navilouca encontrou meu blog e me fez a proposta. Eu nem tinha projeto, nada! Acabamos publicando os contos do blog mesmo.

4. Livro lançado, sucesso, amigos prestigiando. Muito lendo. Como foi o ‘after’
lançamento, a relação com as críticas, a sensação de ter soltando ‘seu filho no
mundo’?

Por mais pessoas que se conheça, é preciso vender o livro. Ele não se vende sozinho. É necessário avisar todo mundo, insistir, falar bem, ser chato. Acho que deve ser mais fácil vender plano funerário pra alguém, do que livros. Porque plano funerário é necessário e livro é considerado supérfluo. Mas, por enquanto, todas as pessoas que leram têm me passado um feedback muito positivo. Eu fico meio desconfiada, pois são pessoas que me conhecem e podem ficar melindradas em criticar, mas não vou negar que isso me motiva a continuar escrevendo.

5. Eu ainda não li “ A pedra no sapato “ uma falha, mas sei que o Enrique_Sgobi está
lendo pra escrever sore. Qual a sensação?

Sensação de decepção, mocinha. Pode fazer o favor de ler meu livro. Hmpf. 
Falando sério agora, cada vez que sei que alguém está lendo o que escrevo, fico tensa. Porque aquilo é mais do que um punhado de palavras. São minhas experiências e minha expressão. Sempre fico ansiosa pra saber o que a pessoa achou.

6. E claro, a pergunta inevitável: - Já está trabalhando no próximo? Faria ou está fazendo
algo diferente (no que diz respeito a processo, desenvolvimento, etc)?

Já. Devagar, quase parando, mas estou. E está lentinho desse jeito porque é algo completamente diferente do que estou acostumada a fazer, destinado a um público bem mais jovem do meu habitual. Ainda não consegui acertar a linguagem, mas a história é boa, juro! E estou me empenhando ao máximo para acertar o tom. E por “me empenhando” entenda: estou pensando diariamente sobre isso. Acho que escrever é muito mais raciocínio,  do que pegar a página e datilografar o texto...

sexta-feira, 2 de março de 2012

Júlia Nogueira, uma mutação constante.

Olá, antes de mais nada quero agradecer pelos acessos e visitas, tem mais um pouquinho de botequim no Facebook, vai lá é só dar like na Fanpage.

Eu lutei comigo mesma pra tirar a visão que eu tenho de Júlia Nogueira: ' a menina maluquinha', 'a irmã mais nova de uma das minhas melhores amigas', ela continua sendo tudo isso, mas ela não é mais uma menininha, é uma mistura louca de Pequeno Príncipe, Chapeleiro Maluco e Amelie Poulain. rsrsrrs Só isso, Vanessa? - Não.     Ela poderia facilmente ser encontrada em qualquer editorial de moda das grandes revistas fashionistas do mundo...

Making off de Libertaire

É mais uma Alagoana que nasceu no berço da arquitetura que criou assas, voou e fez seu ninho no Design.
Júlia tem é dona de uma habilidade bastante peculiar: capturar sentimentos e transformá-los em arte. E outra ainda mais particular: Júlia consegue estar em cada detalhe do seu trabalho, eu vejo seu rosto, seus olhos, suas mãos, sua essência nos pássaros, flores, elefantes e arabescos, características marcantes da artista.

Segue a entrevista na íntegra e alguns trabalhos da bela:

1. Eu testemunhei a inquietude que te fez migrar da arquitetura para o Design, quando você sentiu ter 'feito a coisa certa'?
Assim que eu entrei no curso, nas primeiras aulas eu já pude notar a diferença, o direcionamento que os professores faziam dos assuntos, a forma como eles abordavam e principalmente a liberdade de criação que eu tive, eu percebi o quanto eu me identificava com tudo aquilo, e nem pensei ou sequer senti saudades de arquitetura, eu me sentia muito podada em tudo que eu fazia no antigo curso, em design não, os professores tinham/tem a cabeça muito mais livre aberta as idéias dos alunos, eu me senti motivada e muito mais encaixada, foi realmente onde eu me encontrei. 
Vincent Van Goh, o pássaro

2. Sua arte é singular, particular e única, de uma delicadeza extrema. Você utiliza um simbolismo bebido claramente das figuras orientais (zen, budistas, um toque de elementos indianos, hindus), foi intencional ou quando você percebeu estava imersa neles e eles em você?
Foi intencional, sempre senti uma atração muito forte por esses elementos, e quando comecei a estudar semiótica tudo se desanuviou, eu comecei a entender realmente o que eles transcendiam, na verdade comecei a entender o que eu já sentia, e aí eles foram ficando cada vez mais fortes dentro de mim e eu neles. 
Rascunho

3.Como você enxerga seu papel, tão jovem, no hall dos artistas alagoanos mais bem conceituados? A que/quem você atribui?
Tem sido uma novidade surpreendente pra mim, pois sempre admirei o trabalho de todos eles e nunca tive pretensão alguma de chegar a ser reconhecida, meu trabalho é muito pessoal, introspectivo e nada comercial, talvez por isso eu nunca tenha imaginado esse reconhecimento de hoje. Atribuo primeiramente aos amigos e em especial a Francisco Oiticica, meu curador da primeira exposição, a Libertaire, que foi de onde tudo realmente tomou forma e corpo, depois a mim mesma, e talvez aos conflitos e barreiras que sempre enfrentei dentro do âmbito familiar, bloqueios que eu tinha, a repressão que sempre sofri por seguir uma linha não tão convencional, dificuldade em me expressar verbalmente, tudo isso junto causava um turbilhão de coisas a serem libertadas, nesse momento descobri a arte como forma de libertação..e aí nasceu a LIBERTAIRE, exposição totalmente voltada aos meu sentimentos infantis, eu decidi voltar as minhas essências, ao lado mais puro e vívido de mim e comecei a transpor isso em cores e formas.
Tela'Amor

4.Como é seu processo de reabastecimento entre uma série e outra?
Eu observo tudo a minha volta, sempre tô criando coisas na minha mente, sou muito hiperativa, e detalhista no meu observar, gosto de minúcias, onde aparentemente não tem nada eu enxergo um mundo de possibilidades, além de adorar ler, ler me faz refletir, faz a mente respirar melhor, busco referenciais também, pela internet mesmo, tenho descoberto o trabalho de artistas incríveis, e um pouco daqui e dali saio colhendo remendos de tudo que admiro depois junto tudo, enxugo e me concentro em mim, daí as coisas vão fluindo, são várias etapas. 
Entardecer

5. Quais seus planos de 'dominar o mundo' rsrsrsrrs?
kkkkkkkkkk! Pretendo estender minha arte, o mundo que ela vai habitar eu ainda não sei... de repente o que ela escolher, mas meus anseios hoje se resumem a evoluir, transcender cada vez mais, quero trabalhar com várias vertentes artísticas, e entrelaçar isso ao design, de móveis, estamparias, objetos, luminárias e espelhos também são uma paixão, quero poder criar um ambiente inteiro só com peças e telas minhas, adoro intervenções grandiosas em meios públicos, interagir com o meio urbano trazendo o espectador pra dentro da coisa sabe, esse eh o mundo que eu quero dominar.

6. Não sei o quanto online você é, por isso vai o questionamento, você utiliza de alguma rede social para divulgar suas obras? Se sim, quais.
Sou muito online, (: Preciso disso, é informação as pencas de tudo e por todos os lados, o que há de mais novo sempre é lançado pela internet, hoje me utilizo do facebook mesmo, ja fiz blog, fotolog, e flickr mas nunca tenho paciência pra ficar atualizando essas coisas, o mais prático, fácil e rápido, e que hoje me traz uma vitrine maior tem sido o facebook.









Júlia Nogueira é Alagoana, residente em Maceió.
Você pode encontrar mais trabalhos dela aqui:

- Meus, eu.

- The Little Prince.